A ARGALHADA DA ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS (OU NA LÍNGUA QUE FOR)

É um velho degoiro reintegracionista atingirmos a alfabetizaçom em português, aprendermos essa norma padrão já na escola, pra podermos veicular mais efetivamente o nosso galego e abrir a todos os cidadãos a dimensom do mundo lusófono. Assi é bem explicado neste artigo, onde se proclama que a alfabetizaçom é tamém um direito universal.


Ora, nom podemos ignorar a «outra» dimensom da educaçom convencional (de que a alfabetizaçom fai parte), que nom é mais que moldar os futuros cidadãos de modo que sejam obedientes e nom questionem o sistema e as estruturas de poder que o sustentam. Trata-se supostamente de os equipar de todas as oportunidades pra poderem acessar o mercado de trabalho, assi como o seu próprio e persoal desenvolvimento. Mas isto é só umha pretensom, porque umha vez que todos aceitamos esses instrumentos, nomeadamente a alfabetizaçom, a capacidade matemática, etc, estamos a nos tornarmos simples peões do sistema, em concurrência uns cos outros. E aí é que está o pai dos merlos, nessa palavrinha, na concurrência. Modela-se-nos na ilusom de que devemos concurrir uns contra os outros, que a única maneira de nos aquelarmos um lugar nesta sociedade é a partir de adquirirmos alguma capacidade técnica ou algum posto pago polo estado que precise de demonstrar (mas talvez nom exercer) essa capacidade ou habilidade concreta. Desta maneira, cada quem empenhado no seu próprio desenvolvimento, em adquirir essa alfabetizaçom, essas capacidades inteletuais que o mundo moderno «precisa», fazemos com que o sistema se perpetue. Um sistema que se baseia no domínio duns poucos, na hierarquia e controlo mental, nom no consenso ou na negociaçom, na partilha.


A verdade é que sem escolas e docentes o sistema faria derrocada, porque o seu fornecimento de cidadãos obedientes acabaria. Sem alfabetizaçom, quem iria fazer o trabalho dos policiais, dos governantes, dos juizes? 


Portanto, declaramos que a alfabetizaçom, na língua que for, fai parte do sistema de domínio e escravidom humana. O facto de escrevermos estas linhas com certo domínio alfabético testemunha da nossa natureza de escravo. Mas, porque haveriamos querer perpetuar essa escravidom? Nom seria milhor deixar as crianças apreender dumha maneira nom académica, desprezando as regras ortográficas e da correçom linguística? Haverá responder «nom» o típico inteletual que vive da língua escrita, o jornalista, o policial, o juiz ... mas quem nom temos interesse na perpetuaçom desse sistema nom devemos impó-lo às crianças. Que escrevam e falem como bem lhes parecer, que criem umha nova língua se lhes prestar, que se empenhem em utilizar certos padrões linguísticos se tal lhes convinher ...


Já que logo, admitindo a nossa deformaçom professional, como utente linguístico reintegracionista, proclamamos a vacuidade e perniciosidade de impor qualquer padrom linguístico às crianças, aliás, proclamamos a disoluison de toda pretensa lingoa e a liberdade idioletica total, coa idea de se conformar en nobas lingoas ou idiomas co tempo, cas suas proprias normas e convensoes, sempre largas e co criterio da comprensibilidade segundo o emitor da mensaxe, non do receutor ou de calquer codificador. 


Ficarmos pendurados das miiokices linguisticas ou politicas é prezisamente o obxetivo da elite do poder, nom adianta fasermos o seu xogo. No futuro, o alfabeto latino acabará desaparesendo, talbez en fabor de pitogramas ou meios telepaticos. 


Naturalmente, esta hipótese revolucionaria nom tem nengumha hipótese de vingar. Prà ideologia reintegracionista supom o esfacelamento dumha norma culta cujo vazio só seria ocupado pola norma culta espanhola. E por isso existe o reintegracionismo, pra ajudar a perpetuar o sistema. Pra isso existem as ideologias tradicionais de esquerda e de direita. É tudo parte do sistema de controlo. É triste que a gente nom se decate. E ainda mais triste que se pense nos mesmos termos do autor do artigo «Alfabetização», quando remata cum «A Galiza depois da Pandemia, tem de ... ». Porque a gente ainda pensa que esta «pandemia» argalhada é só um capítulo efémereo, e nom o que realmente é: a entrada numha fase irreversível de meirande controlo e escravidom da maioria por parte dumha exígua minoria (de jorne psicopático). E muitos continuarám a jogar diferentes papéis nesse cenário (sempre mais restringido) pra criar a ilusom de que nom somos escravos, e a alimentarem os seus cativos egos separados coa ilusom do prestígio, da vitória, do reconhecimento ... velaí a verdadeira funçom da alfabetizaçom, da educaçom, das ideologias de direita e de esquerda, da loita polos direitos das mulheres ou dos pretos ... 

Conclusom: WE DON'T NEED NO EDUCATION

Comments

Popular posts from this blog

GERARDINHO DO COVELO, MAIS DUMHA DÉCADA DE ESTUPIDEZ REINTEGRADA NA REDE

ABUSO DE CRIANÇAS GENERALIZADO

A NEGAÇOM DA REVOLUIÇOM HUMANA, O ADVENTO DA DITADURA TECNOCRÁTICA