ESTAMOS EM GUERRA


A civilizaçom humana, ou as civilizações humanas, desde o advento da revoluiçom agrícola do Neolítico, carateriza-se pola prática regular e periódica da guerra, em que muitos seres humanos loitam, matam e morrem. É resultado dumha loita polos recursos e a terra que os alberga. Na sua origem está o domínio da natureza que vimos desenvolvendo, pra segurar a nossa sobrevivência, numha projeçom da incerteza do futuro cara o presente. Mas o progressivo desenvolvimento da nossa capacidade racional e técnica, pra ir segurando essa imaginada e desejada sobrevivência, foi dando numha atrofia da nossa dimensom espiritual, na nossa separaçom da natureza, e finalmente no nosso isolamento em cadanseu ego. Umha vez atravessado esse limiar, a atividade racional contínua e exacerbada tenta encher esse oco ou buraco que o progressivo anquilosamento da nossa espiritualidade foi deixando. E por vezes conseguimos mesmo enchê-lo, como demonstram as experiências dos místicos, por exemplo. Mas ocorre mais amiúde que som os construtos mentais os que levam a melhor, como por exemplo quando as religiões monoteístas nos levam por caminhos de disputas inteletuais e dogmatismos ideológicos.


A realidade do ego em realidade nom deixa de ser umha ilusom, um construto mental, produto da manca da nossa dimensom espiritual. Emporisso, o ego vem ditando a evoluiçom humana nos últimos milénios (apenas um breve intre na escala de vida do ser humano como espécie). A cobiça pola posessom e o domínio — e mais o medo a ser dominado — estám na origem de toda guerra e conflito dos nossos tempos. Analisando esta realidade, decatamo-nos de que som conflitos e guerras desnecessários, produto da ilusom de separaçom e dos medos que nos incutem os nossos próprios egos.

Mas ao mesmo tempo, os problemas ambientais e de superpopulaçom que vimos sofrendo, som tamém a consequência do domínio do ego nas nossas sociedades. A criaçom e nascênça de estados e impérios, originados a partir de sociedades hierárquicas e de domínio, é a consequência, e a causa, desta hipertrofia do ego humano. O conflito interno desloca-se entom pro externo: nascem assi as guerras, primeiro entre tribos, despois entres estados e impérios. Ora, pra ganhar a guerra sempre foi indispensável o recurso da força humana, isto é, quantos mais guerreiros, mais chances de sucesso. Mais tarde, tamém se incentivou a crescimento da populaçom pra ter nom só mais guerreiros do que o estado rival, mas ainda mais mão de obra pra produzir produtos e bens que segurassem esse crescimento populacional. E o sistema capitalista iniciado coa ilusom separatória do ego e a perda da comunidade foi radicalizando-se, até hoje, em que as grandes corporações capitalistas multinacionais som verdadeiros mostros do domínio e a loita.

Mas agora vem o mais truculento. Se até hai bem pouco a guerra servia pra deslindar estas disputas entre estados e impérios, hoje já nom é factível. As elites dos estados e impérios rivais sabem que um conflito mais intenso levará ao extermínio nuclear. Os que sentam no cúmio dos sistemas hierárquicos atingírom umha visom «globalista»: já nom podem usar os seus subordinados ou dominados pra derrotar o rival, já nom podem, de facto, manter a sobrevivência e expetativas de bem-estar dos seus «subordinados», da grande maioria da populaçom. Já que logo, pra perpetuar o sistema em que eles — ou os seus ditatoriais próprios egos — poidam continuar co seu modo de vida e privilégios, devem deixar de loitar entre si e pola contra devem reduzir a sua populaçom. Umha populaçom que lhes servia bem, mas que agora é um problema insustentável. 

Isto nos leva a um tema de nom doada compreensom. A grande maioria da gente ainda acredita que os estados, as suas administrações, tenhem como escopo servir e proteger as populações. Nom entendem que só as serviam como um labrego «serve» os seus porcos e galinhas, engordando-os pra o benefício dele, nom dos animais. Num jogo de cumplicidades e auto-censura em que muitos se vem apanhados, começou-se a fazer descer a populaçom coa estratégia da imaginada pandemia. Porque já nom se podem mandar os exércitos dum país contra os de outro, nem adiantaria, essa estratégia, no caso de guerra nuclear. 

No entanto, a projeçom do ego das elites no futuro diz-lhes que o sistema, a economia, a dívida pública e privada, nom é sustentável, que hai que reduzir essa populaçom que consume e já nom lhes rende. Entra aí o «Great reset». Nom podem atacar direta e abertamente a populaçom, tenhem que ir levando-a polo rego pro matadoiro aos pouquinhos. Vacinas, pandemias, confinamentos. Eles continuarám sem pausa, e até porque a populaçom, dominada nom só materialmente, mas ainda mentalmente, nom enxerga o que está  acontecer: Que estamos em guerra.

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